terça-feira, 15 de novembro de 2011

XVI - "Triste é viver na solidão..."


Eu andei conversando com um amigo meu sobre parar de escrever poemas em primeira pessoa, mas - caramba - eu tento, tento e tento, pra nada. Acho que estou fadado a continuar a escrever em primeira pessoa, pelo menos por enquanto.

Quando eu mais me distancio desse conceito é quando escrevo sobre objetos ou coisas inanimadas. Sentimentos sempre vem em primeira pessoa - acho que não sei falar sobre o que os outros sentem - sou um poeta egoísta. Pelo menos na poesia eu tenho essa liberdade, já que na vida real eu tenho que ser uma boa pessoa. Uma pessoa educada, comedida, quase inglesa, repare no QUASE.

Eu tenho um orgulho foderoso de ser Brasileiro. Sou capoeirista, poeta, violonista, desenhista, escultor, pintor, roteirista, filosofo, alquimista, brahmeiro, carioca e, acima de tudo, adoro um feriado com os amigos, uma cachaça, uma feijoada, aquele samba e uma ligeira discussão sobre futebol. Tenho um orgulho poderosamente grande de ser daqui, de ser meio judeu, meio italiano, meio negro, meio índio, meio português, espanhol, grego, inglês,  mas - acima de tudo - totalmente Brasileiro, daquele que gosta de bunda e de peito, de loira e de morena (que CAGA baldes pro padrão americano de beleza), que gosta de suor, de cheiro de pele, de sabão de coco, de café em xícara de ferro (com aquele - longe, mas perceptível - gosto de ferrugem), de tardes na varanda, de rede balançando, de cabelo encaracolado, do mato, do tato, do contato e do nosso jeito de fazer amor. [Como diria o Gabriel]

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O poema de hoje, perto do texto animado que escrevi ai em cima, pode parecer impróprio, mas não me recuso a escrever o que meus dedos vomitam. 

~ Ao Eu que é só ~

Ao quarto calado retorno
Ao fim do dia de luta
Meu peito, eu mesmo, contorno
No fim dessa noite curta

Ao meu leito frio eu vou
Sabendo da solidão
Que resume aquilo que sou
No silencio do meu coração

Ao fim, me deito cansado
Tentando por fim sorrir
Mas meu peito amargurado
Permite-me apenas dormir

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Bom dia pra todos.

Um comentário:

Hehe... é costume depositar um trocado no potinho das gorjetas pra incentivar os outros a abrir a mão. Digam-me então quanto vale esse poema.