segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

XXI - "eu quis amar mas tive medo"


~ Um breve verso sobre o Amor ~

E o medo é de o fazer demais, ou de menos;
É o fazer muito quente, ou muito frio;
O medo real é acabar fazendo isso sozinho.

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     Sempre me achei raro demais, único demais, inteligente demais, e acabei me esquecendo que sou calado demais, recluso demais, seletivo demais.
     Uma vez ou outra eu permito a alguém, ou a algo, adentrar os meus domínios, fazer parte da minha vida. Nem sempre eu acerto, nem sempre eu erro. Quase sempre eu me fodo.
     Eu tenho andado pisando em casca de ovos, com um solo totalmente mutável e inseguro, como se feito de plastico. Não sei se tem haver com "a influência má dos signos do zodíaco", mas sei que preciso de um pouco mais de segurança, de chão, de base. Não que eu me sinta inseguro, mas convenhamos que o que se descreve a minha frente é suficientemente indefinido.
     Sempre procurei estabilidade, segurança e confiança fora dos meus domínios. Então por que eu estaria me subordinando a fazer isto? A viver na insegurança? A viver sem base, sem conceitos para definir. Gosto de segurança, gosto de "títulos", gosto da segurança que os títulos trazem consigo, mesmo que não sejam nada demais, que não simbolizem nada por si mesmos, afinal, são apenas palavras. Mas eu gosto.
     E sabe qual é o único resultado que isso tem gerado? Um profundo processo de mergulho na incerteza de ser eu mesmo, ou de ser aquilo que melhor posso ser. Um profundo processo de negação daquilo que me causa mais incertezas, afinal, não concorda que (pra quem gosta de coisas definidas) estou lidando com muitas variáveis por cm³? Quanto mais indefinidas as coisas ficam, mais eu vou me afastando do mundo real, do cotidiano, pois acabo me agarrando mais firmemente aos meus domínios para que, dessa forma, não se esvaia o meu ultimo suspiro de sanidade.

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~ Vazio Cego ~

Olhei pra dentro do peito
Procurando achar solução
E encontrei vazio, o leito
Que reservo pra tal emoção


Nada encontrei de real
Ao olhar pra dentro de mim
Apenas um pouco de mal
Em vivos tons de carmim


E devo me trancar de novo?
Ou colocar alguém ai dentro?
Se por isso, meu peito comovo
Se por isso, me ponho em tormento


Mas reservei pra ti um quarto
De certo, bem protegido
Para não causar um enfarto
No peito recém construído.


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Então é isso... Fiquei acordando e dormindo a noite inteira, foi relativamente chato. Além, claro, do fato de eu estar completamente desestimulado para continuar a fazer seja lá o que for que eu devia fazer hoje...
Quero solidez na minha condição... to começando a me sentir sem chão.

That's all folks!

Um comentário:

Hehe... é costume depositar um trocado no potinho das gorjetas pra incentivar os outros a abrir a mão. Digam-me então quanto vale esse poema.